sexta-feira, 10 de maio de 2013

Em Breve! No Conexão Lisboa Internacional Teremos Piadas - O Poder do Riso

O Poder do Riso

Silvia Helena Cardoso, PhD

Pense na última vez que você riu. Foi por alguma situação engraçada? Ou por alguma piada? Ou por uma sátira que viu na TV? Talvez por nenhuma dessas razões. Muito provavelmente não houve uma razão especial e você riu ou sorriu ao cumprimentar alguém, quando conversava com amigos ou quando brincava com alguém.

O riso é universal na espécie humana e uma das coisas mais comuns que fazemos. Nós rimos muitas vezes por dia e em situações extraordinariamente diversas, mas não percebemos isso, porque raramente controlamos conscientemente o nosso riso. O neurobiologista Robert Provine, ao observar 1200 conversações em locais públicos como shopping centers, salas de aula, lanchonetes, ruas, etc, descobriu que 80% do nosso riso não tem nada a ver com humor. Nós rimos essencialmente em situações sociais e geralmente em momentos de felicidade, prazer e brincadeiras, mas sabemos que ele é muito mais do que apenas uma mera manifestação de alegria. Ele também atenua hostilidade e agressão (repare como utilizamos o riso quando queremos atenuar uma típica tensão entre estranhos ou necessitamos dizer não a alguém. Nós frequentemente rimos quando nos desculpamos. O riso desarma as pessoas, cria uma ponte entre elas e facilita o comportamento amigável.

Tudo sto indica que o riso é um elemento importante de nossa biologia comportamental humana. Ele parece ter sido selecionado pela evolução como um dispositivo importante para a nossa sobrevivência. Entender o riso significa compreender as nossas raízes sociais e biológicas e aprimorar as nossas relações sociais.

Por que nós rimos?

O riso, como qualquer outro comportamento emocional, tem uma função e o riso não é exceção. A função do riso é a de comunição. É uma mensagem que nós enviamos às outras pessoas comunicando disposição para brincar, ligar-se a elas, ficarmos felizes e fazê-las felizes, mostrarmos que somos pacíficos. 
Nós somos criaturas que necessitamos criar estruturas sociais e viver bem. Então nós precisamos ter relações pacíficas com as pessoas ao nosso redor. 
O riso promove efeitos positivos em nossos contatos sociais.

A função social do riso pode aprofundar-se ainda mais. Estudos mostraram que indivíduos socialmente dominantes como chefes executivos ou tribais usam o riso para controlar seus subordinados. Quando o chefe ri, os subordinados em geral também riem. O riso é então uma forma de expressar o poder? O filósofo John Moreall especula que desta forma, os chefes estão "controlando o clima emocional do grupo". Dr. Provine e sua equipe observaram que as mulheres em uma audiência riem mais quando o palestrante é um homem.

Precisamos dos risos e das brincadeiras para interagirmos como indivíduos com o grupo social no qual nos inserimos, e também para aliviar as tensões sociais do cotidiano. O riso, as cócegas e as brincadeiras estão entrelaçados de formas bastante complexas e são uma das nossas primeiras experiências de vida.

Nós aprendemos a rir? 


Será que aprendemos a rir desde bem pequenos, principalmente com nossos pais? Tendemos a pensar que um bebê poderia estar rindo por imitação, mas evidências apontam que o riso possui uma base inata, pré-progaramada. Estudos com cegos, surdos e mudos congênitos, por exemplo, provaram que eles podiam rir e sorrir, mesmo sem a possiblidade de imitar outras pessoas. Recentemente observamos o riso em crianças cegas congênitas e verificamos que eles riem como qualquer criança normal e pelos mesmos motivos, ou seja, por brincadeiras, cócegas, ao ouvir músicas alegres, etc

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